As rosas no jardim de Zula: um estudo dos imaginários sociodiscursivos femininos no Teatro Documentário

Nome: MARIANA PINTER CHAVES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 05/03/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA Orientador
MÁRIO ACRISIO ALVES JUNIOR Co-orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADELIA MARIA MIGLIEVICH RIBEIRO Suplente Externo
DANIEL DE MELLO FERRAZ Examinador Interno
DYLIA LYSARDO-DIAS Examinador Externo
JANAYNA BERTOLLO COZER CASOTTI Suplente Interno
JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA Orientador

Páginas

Resumo: O objetivo principal desta pesquisa é analisar a dimensão enunciativa da cena documental
contemporânea, com enfoque nos discursos dos sujeitos cênicos, por meio de uma
abordagem transdisciplinar, fundamentada na Teoria Semiolinguística, nos Estudos sobre
Gênero Social e nos Estudos sobre Teatro Documentário. Especificamente, nosso intento
foi investigar quais imaginários sociodiscursivos femininos permeiam o espetáculo As
rosas no jardim de Zula e de que maneira sua configuração linguageira os elabora. Por
propormos uma investigação que considera a dimensão sociocomunicativa do discurso
teatral, utilizamos um recorte teórico fruto de uma articulação entre conceitos
semiolinguísticos propostos por Charaudeau (2001; 2005; 2007; 2008; 2014; 2016) e os
propostos por Cordeiro (2005) e Machado (2015; 2016a; 2016b). Valemo-nos, ainda, de
teóricas como Sarti (2004), Brah (2006) e Safiotti (2011), para as reflexões acerca do
Gênero Social e do feminismo, além de contarmos com as contribuições de Boal (2009;
2011), Rancière (2012), Mendes (2012) e Giordano (2014), dentre outros, no que
concerne aos Estudos Teatrais. Em hipótese, consideramos provável que essa situação de
comunicação teatral documental atuaria como um espaço de denúncias de imaginários
socialmente cristalizadas acerca dos sujeitos femininos e, portanto, de resistência às
desigualdades sofridas por eles. Julgamos ser possível também que a inserção das
narrativas de vidas de sujeitos comuns na cena contemporânea se comportaria como
estratégia de captação de espectadores e que elas se apresentariam como a realidade posta
em cena. Para tanto, procedemos a uma metodologia descritiva e qualitativa, a qual
possibilitou o delineamento cênico-contratual, a identificação e a interpretação dos
imaginários nas organizações discursivas predominantes deste ato de linguagem. Os
resultados da análise nos levaram a contradizer a hipótese acerca da utilização da
realidade na esfera cênica, pois, mesmo se tratando de documentos históricos, eles estão
a serviço da construção dramatúrgica da peça, por isso, não rompem com o estatuto
ficcional do contrato de comunicação das Artes Cênicas. Porém, na tentativa de melhor
compreender as subjetividades emergentes no panorama teatral contemporâneo, fomos
levados, inesperadamente, a propor a utilização dos sintagmas personagem-ator e espectator-emancipado
para as instâncias subjetivas que utilizam efeitos de realidade sob o
palco, incluindo as narrativas de vida. Confirmamos a hipótese, por outro lado, de que os
discursos desses sujeitos femininos teatrais elaboram imaginários sociodiscursivos
capazes de criticar e questionar a dominação de gênero vigente em nossa sociedade
machista-patriarcal.
Palavras-chave: Imaginários sociodiscursivos. Sujeito feminino. Análise Semiocênica.
Narrativas de vida. Teatro Documentário.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910